“Palestina paulistana” conta com mais de 8 mil famílias sem-teto, na ZS

A ocupação por moradores sem-teto, em um terreno na altura do número 7.000 da Estrada do M’Boi Mirim, no extremo da Zona Sul da capital, tem ganhado novos adeptos a cada semana que se passa. No começo eram 2 mil trabalhadores que residiam no local, agora, segundo estimativa do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), cerca de 8 mil famílias estão acampadas no terreno de mais de 1 milhão de metros quadrados, localizado no bairro Parque do Lago, na região do Jardim Ângela.

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Leonardo Soares/Folhapress

Assim que chegam ao local, as famílias são cadastradas e identificadas. Chamada de Nova Palestina, a ocupação ainda possui uma lista de espera de novas pessoas que procuram um teto, no terreno que hoje, tem cerca de 40% de sua totalidade ocupada.

A ocupação é formada na maioria por trabalhadores que procuram sair do aluguel, ou seja, alguns possuem onde morar, mas participam da Nova Palestina na intenção que consigam obter casas próprias, na esperança que a prefeitura desaproprie a área e dê andamento no projeto de habitações populares. Diversas famílias vindas de bairros próximos, como o Jardim Nakamura e Parque Santo Amaro, no Campo Limpo, além de moradores do Capão Redondo e de bairros da periferia que margeiam a Represa Guarapiranga se juntam a pais e filhos que habitavam municípios vizinhos como Itapecerica da Serra e Embu-Guaçu.

Assim que o cadastro é terminado, os novos “inquilinos” do terreno recebem ripas de madeira, pedaços de bambu e lonas para proteger do sol forte do verão e das torrenciais chuvas dessa época.

Frentes de trabalho são idealizadas pelos coordenadores do acampamento. Itens como a limpeza e direitos e deveres são observados e repassados a quem conseguiu a vaga de montar sua casa.

O terreno que é particular, já foi ação na justiça, mas segundo o advogado do proprietário, seu cliente obteve uma resposta desfavorável.