Paraná Clube negou contratação de ídolo da Seleção Brasileira
Uma decisão da diretoria do Paraná Clube em 1992 poderia ter alterado a trajetória do clube e a carreira de um dos maiores atacantes do futebol mundial: Ronaldo Luís Nazário de Lima, conhecido como Ronaldo Fenômeno. Naquele ano, o jovem talento foi oferecido ao Tricolor por Jairzinho, mas a transferência foi recusada. Hoje, o Paraná Clube celebra a conquista do acesso à elite do Campeonato Paranaense em 2024, após lutar contra rebaixamentos consecutivos.
No começo dos anos 90, o Paraná Clube enfrentava desafios dentro e fora de campo. Após uma série de rebaixamentos, o Tricolor estava sem divisão nacional até 2024, quando enfim conseguiu voltar à primeira divisão estadual. Mesmo com as dificuldades, uma oportunidade de ouro foi rejeitada: a contratação de Ronaldo, que viria a ser um dos maiores ícones do futebol mundial.
Ronaldo no Paraná Clube? A história que poderia ter sido
Em 1992, Ronaldo tinha apenas 16 anos e jogava pelo São Cristóvão, um clube modesto do Rio de Janeiro. Através do ex-jogador Jairzinho, ele foi oferecido ao Paraná Clube por uma quantia atualizada de R$ 150 mil por 50% do passe. No entanto, a diretoria do clube, liderada por Darci Piana, recusou o acordo.
Na época, Piana justificou a decisão dizendo: “Esse cara não tinha nome, ninguém sabia quem era, jogava num time pequeno lá do Rio”. A exigência era que o Paraná ficasse com 100% dos direitos de Ronaldo, algo que não foi aceito pelos intermediários da negociação.
A pergunta que muitos torcedores se fazem até hoje é: teria sido uma decisão acertada? Em retrospectiva, Ronaldo se tornou um dos maiores jogadores de todos os tempos. Após a recusa do Paraná Clube, ele foi para o Cruzeiro e, posteriormente, para o PSV, da Holanda, começando uma carreira internacional de sucesso.
Darci Piana, presidente do Paraná na época, sempre defendeu a decisão como séria e responsável. Ele argumenta que o clube preferia investir em jogadores que possuíam integralmente. “A gente dexaria de prestigiar o que era nosso para trazer uma pessoa de fora que a gente nem conhecia. Se fôssemos fechar negócio, teríamos o visto jogar antes”, explica Piana, hoje vice-governador do estado do Paraná.
Fantasma da decisão ainda assombra ex-dirigentes do Paraná CLube
Não é incomum que a decisão de rejeitar Ronaldo ainda assombre os ex-dirigentes do clube. Piana confessou que, ao ver Ronaldo brilhar nos campos, a história voltava à mente. “A história ficava voltando na nossa cabeça. Mas temos de ter consciência de uma coisa: se o Ronaldo tivesse vindo para o Paraná, provavelmente não teria ido para a Holanda pelo valor que foi. Só foi porque estava no Cruzeiro. No Paraná, talvez teria sido vendido para outro clube brasileiro antes ou para o exterior por um valor mais barato”, afirma.
A cúpula paranista acreditava que Ronaldo teria dificuldades para encontrar espaço no ataque, composto por nomes como Serginho Prestes e Maurílio. “Depois que vimos o Ronaldo jogar, sabíamos que teria espaço. Mas, na hora, pensamos: vai jogar aonde nesse time?”, relata Piana.
A história acabaria mostrando que Ronaldo trilhou um caminho brilhante. De Belo Horizonte à Europa, ele se tornou um dos maiores atacantes do mundo, defendendo clubes como Barcelona, Real Madrid e Internazionale. E embora a decisão do Paraná Clube tenha sido defendida internamente como correta na época, a lembrança do que poderia ter sido continua a provocar debates entre os torcedores.