Pesquisa revelou quais são as empresas mais processadas no Brasil

Recentemente, o relatório “Justiça em Números”, publicado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), trouxe à tona uma estatística alarmante sobre o cenário jurídico brasileiro. As duas principais estatais do país, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e a Caixa Econômica Federal, encabeçam a lista de entidades mais processadas, evidenciando uma questão crítica na gestão de benefícios e serviços previdenciários e financeiros.

Por que INSS e Caixa lideram o ranking de processos judiciais?

O INSS, especificamente, acumula mais de 4 milhões de processos, enquanto a Caixa Econômica Federal segue com aproximadamente 2,7 milhões. A abrangência e fundamental natureza dos serviços oferecidos por estas instituições podem explicar esse alto número de litígios. Em consequência, a análise profunda dessa situação revela tanto os desafios operacionais quanto as oportunidades de melhoria na administração pública brasileira.

No cerne dessa discussão, ressalta-se que a maioria dos processos envolvendo o INSS decorre da gestão de benefícios como o auxílio por incapacidade temporária, anteriormente conhecido como auxílio-doença, além de aposentadorias por invalidez e o Benefício de Prestação Continuada (BPC). Já na Caixa, as disputas giram em torno da correção do FGTS, onde os valores envolvidos são significativos para os trabalhadores brasileiros.

Como a tecnologia pode reduzir os processos no INSS?

Uma luz no fim do túnel aparece através da tecnologia. O INSS tem investido no Atestmed, um sistema eletrônico que permite a solicitação do benefício de auxílio por incapacidade temporária diretamente pela internet, sem necessidade de perícia médica inicial. Essa ferramenta apresentou uma aprovação de 45% nos pedidos desde sua implementação. A expectativa é que a simplificação do processo contribua significativamente para a redução dos litígios.

O contexto é ampliado com a introdução de propostas para diminuir a judicialização, destacada por uma portaria conjunta de 2023. Essa medida sugere que o INSS não recorra de decisões judiciais quando já existir uma proposta de acordo. Especialistas acreditam que tal prática poderia não apenas acelerar a resolução dos processos, mas também reduzir custos administrativos e judiciais desnecessários.

Em um cenário paralelo, a situação da Caixa Econômica Federal também se mostra promissora. Recentemente, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que as correções do FGTS devem seguir o IPCA, alterando as regras de reajuste sem aplicação retroativa. Essa decisão tem potencial para resolver muitos dos processos em aberto, diminuindo significativamente o acervo judicial que envolve a Caixa.

Confira abaixo o ranking das 10 empresas mais processadas do Brasil:

  • INSS: 4.305.926
  • Caixa Econômica Federal: 2.702.790
  • Banco Bradesco: 681.835
  • Ministério da Fazenda: 599.126
  • Banco do Brasil: 541.385
  • Estado de São Paulo: 498.984
  • Estado do Rio Grande do Sul: 419.248
  • Advocacia-Geral da União: 299.414
  • Banco Pan: 296.633
  • Banco BMG: 279.427