Polêmica envolvendo o hino do RS? Entenda

A discussão de alguns versos do hino do Rio Grande do Sul, “Povo que não tem virtude / Acaba por ser escravo”, tem mobilizado a sociedade gaúcha nos últimos anos. O hino foi composto em 1838, durante a Guerra dos Farrapos (1835-1845).

Para alguns moradores, o hino é racista devido a trechos que especificam que a falta de virtude faz as pessoas escravas. Por outro lado, existem pessoas que consideram o termo ‘ser escravo’ uma submissão territorial, levando em consideração o contexto do estado que lutava para manter sua independência do Império do Brasil.

As discussões levam a vários caminhos e interpretações diferentes atualmente, tornando-o polêmica entre a população do Rio Grande do Sul.

O que a população diz sobre o hino do RS?

De acordo com os parlamentares Bruna Rodrigues (PCdoB), Matheus Gomes (PSOL) e Laura Sito (PT), ligados ao movimento negro gaúcho, analisam a revisão da letra como uma demanda histórica.

“Queremos afirmar que não somos contra o hino, mas precisamos rever símbolos que nos massacram. Quando falamos de “escravos”, sabemos qual povo era escravizado na época”, afirma Bruna Rodrigues.

Sendo assim, para que os símbolos estaduais sejam mudados, depende da aprovação de um projeto com maioria simples (metade dos deputados e mais um).

Na última terça-feira, houve um acordo prevendo que alterações nos símbolos estaduais devam ser rejeitadas ou ratificadas em referendos. No momento, ainda não há projeto de lei com o objetivo de alterar o hino.

Deputado busca tornar o hino “protegido e imutável”

Segundo o jornalista Eduardo Bueno, o deputado Rodrigo Lorenzoni (PL) traz em sua afirmação tornar os símbolos do Estado protegidos e imutáveis em sua integralidade.

“Qualquer um que estude e conheça a História sabe que o passado está sempre mudando e querer tornar qualquer visão do passado, qualquer instituição, qualquer símbolo, em algo imutável “por lei” não é apenas uma vertigem conservadora: é um projeto irrealizável, uma ideia inexequível e uma pretensão estúpida”, afirma Bueno.

Imagem: Reprodução / Estância Virtual