Porto Alegre foi contra a Revolução Farroupilha? Polêmica, Império e Farrapos

A Revolução Farroupilha foi um dos acontecimentos históricos mais importantes de todo o Rio Grande do Sul e também do Brasil. Mas você sabe qual foi o papel de Porto Alegre na Guerra dos Farrapos? Qual a posição da Capital gaúcha diante do conflito entre o Império e os farroupilhas?

 O conflito entre os farrapos e o restante do país comandado pelo império foi um dos mais longos da história brasileira, e foi também um dos que mais ameaçou a atual configuração do Brasil. 

Em uma insatisfação pela política fiscal adotada na época pelo governo brasileiro, os donos de estâncias gaúchas cobraram medidas contra as altas taxas na importação do gado e do charque que encarecia a produção do principal produto comercializado pelo Rio Grande do Sul no período. Os gaúchos alegavam que seu charque era afetado pelo excesso de taxas que não eram dispostas da mesma forma ao produto produzido no Uruguai e Argentina. 

Quando o governo imperial não assumiu o compromisso de atender ao pedido dos estancieiros deflagrou-se o primeiro movimento da Revolução Farroupilha. A revolta deflagrada em 20 de setembro de 1835 virou um marco para a cultura gaúcha e é, além de feriado estadual, parte do Hino Rio-Grandense. 

Durante a revolta, o estado do Rio Grande do Sul anunciou a separação do restante do país, originando a República Rio-Grandense, ou República de Piratini.

Alguns nomes importantes como Bento Gonçalves, Giuseppe Garibaldi, David Canabarro, Antonio de Souza Netto e Domingos José de Almeida ficaram marcados na história gaúcha.

O papel de Porto Alegre na Revolução Farroupilha

A atual Capital do Rio Grande do Sul foi epicentro dos movimentos partidários que aconteceram durante os conflitos. Já sendo a cidade mais desenvolvida do estado, Porto Alegre era o local onde havia maior fluxo da imprensa e por consequência mais debates políticos. Porém, assim como o cenário estadual em geral, a grande cidade não foi a favor da revolta. 

Assim como atualmente há uma divisão polarizada entre torcedores do Inter e do Grêmio, a divisão entre os exaltados contra o império e os defensores do governo era bem definida. 

Porto Alegre tinha, de um lado, os caramurus, que defendiam a monarquia e o comando de Dom Pedro II, e os farroupilhas, que iam a favor da república gaúcha. 

Para o jornalista e escritor Eduardo Bueno, também conhecido como Peninha, Porto Alegre, assim como as cidades mais desenvolvidas do território gaúcho, não era a favor do conflito como ele se desenrolava.