Prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, quer legalizar jogos de azar para financiar transporte;

O prefeito de Porto Alegre e também vice-presidente da Federação Nacional de Prefeitos (FNP), Sebastião Melo, se pronunciou a favor da legalização dos jogos de azar. Segundo o chefe do Executivo da Capital gaúcha, o dinheiro arrecadado com os jogos poderia financiar o transporte público. 

Durante reunião com os secretários municipais de mobilidade urbana, realizada nessa quarta-feira (10), o Melo Citou a alternativa. “Sou a favor do jogo porque ele existe no Brasil. E precisamos de uma alternativa para financiar o sistema que tem vários operadores”, pontuou. 

Um marco regulatório para os jogos de azar já está tramitando no Senado, após ter sido aprovado na Câmara dos Deputados. 

Caso sejam tributados, os jogos de azar poderiam servir como fonte de renda para o piso salarial da enfermagem, recurso que deve aumentar em 88% as despesas do setor. Nos planos de saúde o aumento nos custos chega a R$11,4 bilhões.

Segundo Melo, é preciso renovar a frota do transporte público, além de inovar o modelo de gestão entre os municípios para trazer melhorias ao serviço. A ideia seria criar um sistema único para os transportes, assim como o Sistema Único de Saúde (SUS). “Só anda de ônibus quem não tem nenhuma opção. São ônibus velhos, sem previsão de horários. Não dá para sustentar essa situação.”, disse. 

Para Edivaldo Nogueira, prefeito de Aracaju (SE), é preciso renovar a mobilidade no Brasil. “O sistema de transporte foi construído sem planejamento e ficou a cargo das prefeituras, que muitas vezes não se interligam. Num país continental como o Brasil precisamos de um sistema único, claro, conversado entre todos os entes (Estados), mas com planejamento nacional”, argumentou. 

Outro ponto citado a favor da ideia de um sistema único de transporte gira em torno da experiência positiva que já é registrada. “Por que avançamos na saúde no Brasil com todas as dificuldades e percalços? Porque temos o SUS. Entra e sai presidente, governador, prefeito, mas o sistema continua. Temos o Sistema de Assistência Social (SUAS), o sistema de Defesa Nacional. Isso pode ser visto no sistema de transporte também, basta um planejamento nacional”, falou Nogueira.