Putin ameaça países que interferirem

Foi na manhã desta quinta-feira (24) que o presidente da Rússia, Vladmir Putin, deu o sinal verde para que as tropas militares de seu país avançassem no leste da Ucrânia.

Em seu discurso, ainda ameaçou qualquer tipo de interferência estrangeira que possa haver, dizendo: ‘Quem interferir levará a consequências nunca antes experimentadas na história’

A decisão foi tomada depois de dias de tensão e ameaças à Ucrânia, país que possui em sua região leste duas regiões separatistas nas quais rebeldes pró-Rússia lutam contra militares ucranianos. Putin, há alguns dias atrás, reconheceu a independência dessas regiões.

Putin anuncia operação militar especial

De acordo com seu discurso televisionado, o principal motivo da intervenção militar na Ucrânia não teria o objetivo de tomar territórios, mas sim, proteger os rebeldes que estão nas áreas separatistas no leste da Ucrânia. 

Em outras declarações, Putin disse que o governo ucraniano está cometendo um genocídio contra aqueles que utilizam com o idioma o Russo (cerca de dois terços da população) que estão em Luhansk e Donetsk. Putin utiliza o termo “neonazista” para se referir ao governo da Ucrânia.

Regiões separatistas na Ucrânia. Fonte: O Globo

Uma das grandes preocupações da Rússia também é o flerte da Ucrânia em relação à OTAN, uma aliança militar criada em 1949, com o comando dos Estados Unidos. 

Putin afirma que esta relação se configura como ameaça e que as preocupações de segurança levantadas por ele foram ignoradas.

De acordo com o cientista político Leandro Consentino: “O que está em jogo é uma questão cultural e geopolítica, pelo fato da Rússia não querer um vizinho convertido ao ocidente, um vizinho inscrito na OTAN e com laços com a União Europeia. A Rússia tenta preservar sua influência sobre uma área que já foi a cabeça da União Soviética. Para Putin, a Ucrânia ainda pertence ao império russo.”

Invasão ampliada

Pouco tempo após o discurso já pode-se ouvir bombardeios e barulhos de artilharia em diversas regiões da Ucrânia, inclusive em Kiev, capital do país. Os ataques foram contrários às declarações de Putin, que havia dito que o conflito armado aconteceria somente no leste da Ucrânia.

Hoje (25), no segundo dia após a confirmação da invasão pelo presidente da Rússia, autoridades ucranianas esperam pelo “dia mais difícil do conflito”, e as sirenes em Kiev voltaram a ser acionadas. Putin ordenou a invasão total ao país pelas forças russas, através de terra, ar e mar.

Em suas redes sociais, o chanceler Ucraniano, Dmytro Kuleba, diz que a última vez que a capital foi atacada desta forma foi pela Alemanha nazista de 1941. “A Ucrânia derrotou este mal e derrotará este”, declarou.