Quase 200 trabalhadores são encontrados em situação de trabalho escravo em região gaúcha

180 homens foram resgatados de situação de trabalho escravo sob a empresa Oliveira & Santana, em Bento Gonçalves. A operação foi realizada na noite desta quarta-feira (22) após denúncias de seis trabalhadores que conseguiram fugir e buscaram ajuda da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Atuaram no caso agentes da PRF, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e da Polícia Federal (PF).

O grupo, que incluía menores de idade, trabalhava com colheita de uva e abate de frangos, em expediente de 5h às 20h, com uma única folga aos sábados. Segundo os relatos dos trabalhadores, eles eram tratados violentamente, alimentados com comida estragada e viviam em condições insalubres de alojamento e higiene. Confira abaixo mais detalhes sobre o caso.

Trabalhadores vivam em condições de trabalho escravo

Segundo as informações da PRF, os homens são oriundos de Salvador (BA) e chegaram no Rio Grande do Sul em fevereiro. Os trabalhadores afirmaram que se deslocaram até a Serra gaúcha após serem cooptados por aliciadores de mão de obra, sob a promessa de trabalho com alojamento e alimentação garantida.

A condição de trabalho escravo incluia ainda ameaças e dívidas. De acordo com os relatos, os homens só podiam gastar dinheiro em um mercado próximo, com preços superfaturados. Os gastos eram descontados do salário, e dessa forma, eles terminavam cada mês devendo os empregadores. Além da suposta “dívida”, os agentes da empresa também ameaçaram os familiares das vítimas.

Proprietário da empresa é solto após pagar fiança

Os trabalhadores já foram acolhidos pela Assistência Social do município e estão abrigados em um ginásio com alimentação e assistência médica. Eles também receberão três parcelas do Seguro Desemprego.

Na operação, os agentes prenderam o proprietário da empresa Oliveira & Santana, responsável pela situação de trabalho escravo. O homem de 45 anos, conhecido localmente como um empregador e com outros contratos em vigor, deverá garantir o transporte dos trabalhadores de volta a Salvador, bem como o pagamento do dinheiro devido a cada um deles. Ele foi solto após pagar fiança no valor de R$ 39.060.