“Quem não pode com a formiga, não atiça o formigueiro”, diz MTST em ato no Morumbi

O ato organizado pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), que teve início por volta das 9h desta terça-feira, 22, no Terminal João Dias, na Vila Andrade, Zona Sul, teve a participação de cerca de  10 mil pessoas, em sua concentração final em frente ao Estádio do Morumbi, segundo estimativa de Zezito Alves, coordenador da ocupação Nova Palestina, a maior da história de São Paulo.

DSCF1165 (800x600)Concentrados desde às 8h no entorno do Terminal João Dias, os militantes do MTST ocuparam todas as faixas de rolamento no sentido bairro da Avenida Giovanni Gronchi, em direção ao Palácio dos Bandeirantes. Munidos com um carro de som, diversos moradores empunhavam bandeiras e estavam vestidos com camisas vermelhas, tradicional cor adotada pelos movimentos e instituições de esquerda. Precavido com os rolezinhos, o Shopping Jardim Sul colocou grades e diversos seguranças em suas portas de entrada. Quando o ato passou pelo local, os acessos foram fechados, não permitindo que ninguém entrasse ou saísse do shopping. Assim como o centro de compras, diversos outros estabelecimentos ao longo da via fecharam suas portas, principalmente as concessionárias de veículos. Um grande pet shop fechou as portas com clientes do lado de dentro.

Durante o ato foram cantadas várias músicas, entre elas uma paródia a Trem das Onze, de Adoniram Barbosa. Em outra, cantada por muitos em voz alta, dizia, “quem não pode com a formiga, não atiça o formigueiro”.

DSCF1202 (800x600)Um outro grupo de moradores, desta vez da ocupação Faixa de Gaza, inserida dentro da comunidade Paraisópolis, se juntou à marcha na altura da Giovanni Gronchi com a Rua Sebastião Francisco. Após percorrer os seis quilômetros da Avenida Giovanni Gronchi, o grupo maior se encontrou na Praça Roberto Gomes Pedrosa com os moradores vindo do Largo do Taboão. Na praça, um único momento de tensão. Por conta de uma resolução estadual que proíbe manifestações na área do Palácio do Governo, a PM tentou restringir o acesso do carro de som e de grandes grupos à subir a Rua Padre Lebret. Após rápida conversa, os ânimos se acalmaram e o carro pode fazer uma conversão e ficar ao lado da base da PM. Em entrevista ao Infodiretas, o capitão Wantuil, informou que havia sido acordado que o movimento ficaria na praça e que uma comissão iria até o palácio. “Existe uma lei estadual que delibera sobre o entorno do Palácio do Governo”.

Por volta das 12h30, os coordenadores do MTST se reuniram em uma assembleia para discutir quem seriam as pessoas que seriam recebidas no palácio. Em entrevista ao Infodiretas, o coordenador do MTST Guilherme Boulos disse que a principal exigência ao governador Geraldo Alckmin (PSDB), é por moradias mais dignas. “Que as moradias populares do programa Minha Casa Minha Vida no estado de São Paulo sejam dignas e não caixas de fósforos”. Queremos moradia digna e de qualidade”. Além de moradia, o MTST diz que, “a luta vai mais além que moradia”, há o pedido para que a linha Lilás do Metrô chegue até o bairro do Jardim Ângela.