Raios vermelhos vistos no nordeste do Rio Grande do Sul intrigam a população

Tempestades com muitos raios atingiram o Nordeste do estado gaúcho na noite de ontem e vieram com granizo grande e vendavais destrutivos.

Na noite desta segunda-feira, tempestades fortes a severas atingiram os vales, a Grande Porto Alegre, a Serra Gaúcha e o Litoral Norte. Os temporais, localmente destrutivos, vieram com granizo de médio a grande tamanho e ainda rajadas de vento fortes a intensas que provocaram danos na região metropolitana, na Serra e Litoral Norte.

Em Canoas, a estação meteorológica na base aérea registrou vento de 120,5 km/h. A supercélula que passou foi a responsável por causar uma altíssima frequência de raios. Grande parte dos raios era nuvem-nuvem, mas houve também raios do tipo nuvem-solo.

As descargas acompanhavam a evolução da supercélula de tempestade na dianteira de uma frente fria que avançava pelo Rio Grande do Sul.

Na Serra gaúcha, o que chamou atenção foram raios de coloração avermelhada que foram observados a partir de Caxias do Sul.

Raios vermelhos não existem no sentido literal, de acordo com o Serviço Nacional de Meteorologia dos Estados Unidos. O fenômeno conhecido mais próximo é algo chamado de sprite vermelho, que ocorre no alto da atmosfera “diretamente acima de uma tempestade ativa”, diz a NOAA. “Eles raramente são vistos a olho nu e os registros são feitos com câmeras não raro com lentes especiais”, relata a NOAA, a Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos.

O que determinou a cor avermelhada nos raios, conforme a análise da MetSul Meteorologia, foi a presença de material particulado na atmosfera, no caso fumaça de queimadas. Havia muitos focos de queimadas no Brasil ontem, como é comum nesta época do ano, e corrente de jato em baixos níveis da atmosfera.

A luz produzida por um raio ou relâmpago é branca. Quanto mais partículas no ar, maior o impacto na luz. Neste caso, tanto a distância da descarga elétrica quanto as partículas de fumaça no ar estão impedindo que a luz azul, índigo e violeta chegue ao observador, fazendo com que o relâmpago pareça vermelho. Portanto, a Serra não teve raios vermelhos. O que havia na atmosfera e a distância do observador geraram a percepção pelo efeito óptico de raios com tonalidade avermelhada.