Ranking internacional coloca Brasil entre os piores do mundo

Violência, xingamentos e desdém são comuns no dia a dia de mulheres que fazem parte de cargos políticos, principalmente no Brasil. Entre os Parlamentos de 193 países, o Brasil ocupa a 131º posição em relação à representatividade das mulheres, de acordo com o ranking da Inter-Parliamentary Union. Na América Latina, o país está à frente apenas de Belize e Haiti.

“É inaceitável termos apenas uma mulher em cada Câmara de Vereadores. Ainda assim, elas são ameaçadas o tempo todo pela forma de se vestir, de falar. Quando sobem o tom, são chamadas de histéricas, loucas, e os homens, não. Fiz uma campanha gestante e sofri violência de gênero. Não interessava se eu estava gestante. Muitos me perguntavam porque não vai cuidar da sua gravidez, porque vem para a campanha. Sabe porque incomoda uma mulher gestante na política? Porque não somos a maioria”, diz Anne Moura, que concorreu a vice-governadora do Amazonas em 2022 e atualmente atua como coordenadora regional do Fórum Nacional de Instâncias de Mulheres de Partidos Políticos, de acordo com a Agência Brasil.

De acordo com dados de uma pesquisa realiza ONU Mulheres, 53% das prefeitas eleitas, em 2016, relataram ter sofrido assédio ou violência política. Entre as mais jovens, com menos de 30 anos de idade, 91% contaram ter sido alvo de agressões.

Campanha de Combate à Violência Política contra Mulheres visa diminuir a violência política no Brasil

A violência política é qualquer agressão física, psicológica, econômica, simbólica ou sexual contra a mulher, a fim de impedir que ela participe de funções públicas. a finalidade de impedir ou restringir o acesso e exercício de funções públicas e/ou induzi-la a tomar decisões contrárias à sua vontade.

Recentemente, mulheres envolvidas com a política, se reuniram na Campanha de Combate à Violência Política contra Mulheres, coordenada pela Câmara dos Deputados, de acordo com a Agência Brasil.

“Não podemos deixar que nos calem, é isso que eles querem a partir do ódio, da misoginia, da ameaça e das mais diversas formas, seja pela internet ou presencialmente, é não deixar que sejamos candidatas. É fazer com que desistamos desse lugar, que é público e tão conquistado pelas mulheres em luta. Isso não foi um presente”, disse a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves.

Durante o evento, Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sugeriu que a Casa se alie com outras entidade, a fim de que um protocolo para prevenção e combate da violência política de gênero seja criado.