Risco de desabastecimento de Diesel é anunciado por petroleiros? Entenda!

Segundo Deyvid Bacelar, presidente da Federação Única dos Petroleiros (FUB), um risco de desabastecimento do óleo diesel pode assolar o país no início do segundo semestre de 2022.

O principal motivo é a escassez do insumo no mercado global, principalmente devido aos impactos da guerra na Ucrânia e sanções aplicadas à Rússia (principal produtora de petróleo) em relação ao combustível.

O Brasil é autossuficiente na produção do petróleo, porém, mesmo assim, importa cerca de 25% das necessidades de diesel. Isso acontece devido a baixa produção das refinarias nacionais e obras do setor que foram abandonadas.

Equívoco do governo

A dependência do mercado nacional em importar combustíveis é reflexo, de acordo com a FUB, da despreocupação do governo Bolsonaro em criar novas refinarias. Além disso, investimentos no setor foram diminuídos e unidades da Petrobras foram vendidas.

“Uma política de desmonte que, com base na política de preço de paridade de importação de combustíveis, contribuiu para a escalada da inflação, atualmente em 12% ao ano”, afirma Bacelar.

Aumento da demanda 

A demanda pelo diesel deve aumentar consideravelmente entre junho e julho devido ao aumento da safra agrícola, maior circulação de caminhões e a retomada ainda mais intensa do consumo pós pandemia.

A preocupação no abastecimento de diesel não é de hoje, e é uma realidade desde as primeiras sanções feitas pelos países da Rússia depois da oficialização da guerra pelo presidente Putin.

“A Índia está produzindo diesel com petróleo russo e exportando para a Ásia e Brasil. Porém, grande parte do diesel importado pelo Brasil, cerca de 80%, é fornecido pelos Estados Unidos, que estão mandando muito produto para a Europa. Há possibilidade real de faltar diesel no mercado brasileiro ou de o preço desse combustível explodir no país”, explica Bacelar.

Governo entra em “desespero”

Ainda segundo o dirigente da Federação Única dos Petroleiros, a ameaça no desabastecimento do diesel no mercado nacional trouxe grande preocupação ao presidente Jair Bolsonaro.

Este deve ser o motivo para a quarta troca de presidente da Petrobrás. Uma proposta governamental de congelamento de preços por 100 dias, a fim de frear a inflação, deve estar sendo ensaiada.