RS foi o único estado brasileiro com mais demissões do que contratações em junho
O Brasil abriu um total de 201.705 vagas formais de trabalho no mês de junho de 2024, conforme os dados apresentados pelo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) nesta terça-feira (30), de acordo com informações do Ministério do Trabalho e Emprego. Este número surpreendeu ao superar as expectativas econômicas, que apontavam para a criação de 160 mil vagas.
Apesar de um saldo positivo em nível nacional, o Rio Grande do Sul ainda se ressente das consequências das enchentes de maio. Este estado registrou uma diferença negativa entre admissões e demissões, evidenciando um cenário ainda delicado.
Resultados do Caged para Junho 2024
Os resultados de junho mostraram que o número de admissões foi de 2.071.649, enquanto ocorreram 1.869.944 desligamentos. Este resultado é expressivo quando comparado ao ano de 2023, que registrou a criação de 157.198 postos de trabalho no mesmo mês. Em 2022, foram abertas 277.944 vagas, o que indica uma variação significativa entre os anos.
A análise setorial dos dados do Caged de junho de 2024 revela que todos os principais grupamentos de atividades econômicas apresentaram saldos positivos. Aqui está a distribuição das novas vagas:
- Setor de Serviços: 87.708 vagas
- Comércio: 33.412 vagas
- Indústria: 32.515 vagas
- Agropecuária: 26.621 vagas
- Construção: 21.449 vagas
Embora o setor de construção tenha ficado em último lugar nesta lista, ele desempenha um papel crucial e pode ter grande impacto na recuperação do emprego em áreas afetadas por desastres naturais, como o Rio Grande do Sul.
Cenário após as enchentes no RS
O Rio Grande do Sul, estado gravemente afetado pelas enchentes ocorridas em maio de 2024, foi a única unidade federativa a registrar um saldo negativo de empregos formais em junho. O estado perdeu 8.569 postos de trabalho, o que representa uma redução de 0,30% em relação ao mês anterior.
Segundo o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, ainda há a expectativa de um fechamento de vagas em julho. No entanto, ele acredita que a tendência é de uma recuperação gradual, especialmente com o reaquecimento do setor da construção civil.
Como a taxa de juros afeta o mercado de trabalho?
Apesar do balanço positivo em junho, o ministro Luiz Marinho apontou que o Brasil ainda não atingiu o pleno emprego, indicando que a taxa básica de juros continua sendo um fator crítico. Os altos juros afetam os investimentos públicos, o que, por sua vez, prejudica o mercado de trabalho. Ele destacou que o orçamento dos municípios, estados e da União sofre com o pagamento de juros elevados, resultando em menos recursos para investimentos necessários em diversas áreas do país.
No resumo geral, o Brasil teve um desempenho acima do esperado em termos de criação de empregos formais em junho de 2024, mostrando resiliência em meio a desafios econômicos e naturais. O Rio Grande do Sul ainda enfrenta dificuldades, mas há sinais de que a recuperação poderá ocorrer nos próximos meses, especialmente com intervenções no setor de construção.