Seca recorde no RS: PIB tem queda e impacta na vida dos gaúchos

A seca no Rio Grande do Sul afetou a economia do país, que teve uma queda de 5,1% em 2022. Embora tenha havido uma recuperação no último trimestre (1,7%), o PIB foi impactado diretamente pela queda de 45,6% na agropecuária. Os outros setores, indústria (2,2%) e serviços (3,7%), continuaram a impulsionar o resultado anual. No Brasil, o PIB cresceu 2,9% em 2022.

No quarto trimestre de 2022, o setor de serviços (1%) e a agropecuária (43,3%) tiveram um crescimento de 1,7% em relação ao trimestre anterior. Já em comparação ao mesmo período de 2021, o PIB gaúcho teve uma variação negativa de 1,3%.

 O Departamento de Economia e Estatística da Secretaria de Planejamento, Gestão e Administração divulgou os resultados do quarto trimestre de 2022 e do exercício social do Rio Grande do Sul em 23 de março, com a participação da diretora do SPGG, Danielle Calazans, e de técnicos especializados.

Os acumulados de 2022

A queda na agropecuária afetou negativamente a produção de soja, milho, fumo e arroz, levando a uma queda de 45,6%. No entanto, a produção de trigo de inverno aumentou em 49%. Na indústria, todas as funções evoluíram positivamente em 2022, com destaque para a construção civil, eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana, indústria extrativa e transformação. A última é a indústria mais representativa do estado, com crescimento de 0,7%.

A indústria de máquinas e equipamentos, veículos automotores e produtos de fumo foram os destaques positivos entre os 14 ramos da indústria em 2022. As maiores quedas ocorreram na indústria química, indústria moveleira e indústria de produtos de metal. Na área de serviços, seis dos sete ramos apresentados no PIB tiveram variação positiva, com serviços de informação, outros serviços e negócios se destacando.

Em relação à atividade empresarial, seis em cada dez atividades foram positivas, incluindo hiper e supermercados, combustíveis e lubrificantes e outros bens de uso pessoal e doméstico. Por outro lado, o comércio de veículos e o comércio de materiais de construção foram os que mais caíram.

“Como já era esperado, a queda da produção agrícola do Estado, ocasionada por forte estiagem, notadamente nos dois primeiros trimestres do ano, acabou por determinar que o PIB gaúcho apresentasse retração em 2022, na comparação com 2021. Por outro lado, indústria e serviços cresceram, compensando, em parte, as perdas na agricultura”, o pesquisador em Economia do DEE, Martinho Lazzari, fez a avaliação.

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