Técnico do Paraná Clube solta o verbo contra excesso de treinadores estrangeiros no futebol brasileiro
O retorno do Paraná Clube à elite do futebol estadual foi comemorado neste domingo com grande festividade no Estádio Couto Pereira, em Curitiba. Após uma vitória expressiva de 3 a 0 sobre o Patriotas, os jogadores e a equipe técnica puderam finalmente celebrar seu acesso, marcado também por comentários contundentes do técnico Tcheco sobre a recente preferência por treinadores estrangeiros no Brasil.
Tcheco critica tendência de treinadores estrangeiros no Brasil
O técnico, que já foi meia do Grêmio e hoje comanda a equipe do Paraná, expressou sua preocupação com uma tendência que, segundo ele, pode estar limitando as oportunidades para os profissionais brasileiros na área técnica. Tcheco destacou esse ponto em um desabafo energético que capturou a atenção de torcedores e da mídia esportiva presente.
Tcheco apontou para um movimento crescente no futebol nacional onde, dos 20 times da Série A, pelo menos nove contam com técnicos de fora do país. Nomes como Martín Varini e Juan Pablo Vojvoda são apenas alguns dos exemplos citados pelo treinador, que questiona o que estes profissionais possuem que os brasileiros não têm. Ele menciona de forma específica o recente contrato de Varini com o Athletico, ressaltando a juventude e a origem estrangeira do técnico.
“A gente vive com uma onda de treinadores estrangeiros. Seja com eles ou não, apenas uma equipe será campeã. O Athletico acabou de contratar um treinador de 32 anos. Nada contra o rapaz, nada contra a sua história, muito pelo contrário, mas por que treinadores brasileiros não têm essa capacidade que esse rapaz tem aqui?”, disse o treinador do Paraná Clube.
Em seu discurso, Tcheco não apenas criticou a “onda estrangeira”, como também ressaltou a competência de técnicos nacionais que têm feito um trabalho destacável em times menores, como é o caso de Tencati com atuações notórias em Londrina e Criciúma. Para ele, existe um vasto talento no Brasil que está sendo subutilizado ou ignorado, em parte devido à preferência dos clubes por um “respaldo internacional” que técnicos de fora parecem proporcionar.
“Vocês já analisaram a carreira do Tencati? Olha o que ele fez no Londrina, olha o que ele fez no Criciúma. Por que esse cara não tem a oportunidade em um clube maior? Tem vários treinadores no Brasil, basta pesquisar, mas tem que ser sempre de fora para os dirigentes se respaldarem pela moda dos treinadores estrangeiros”, completou.
O ex-jogador também teceu críticas ao reflexo dessa tendência no desempenho do futebol brasileiro como um todo, incluindo a performance da Seleção. Segundo ele, a falta de oportunidades para treinadores brasileiros em grandes clubes está diretamente ligada à qualidade do futebol apresentado no país. Ele lamenta que isso contribua para um padrão mais baixo do futebol nacional, afetando inclusive a criação e desenvolvimento de novos jogadores.