Tradicional bar de Curitiba encerra ciclo de 40 anos

Após quatro décadas de dedicação, Antônio Carlos Stela, carinhosamente conhecido como Toninho, vendeu seu estabelecimento localizado na Ângelo Sampaio, no animado bairro Batel, em Curitiba.

O Bar do Toninho é um daqueles lugares onde os clientes entram e saem transformados. Seja pela cerveja sempre gelada ou pelos deliciosos petiscos, cada visita é uma experiência que alimenta a alma. O ambiente é decorado com garrafas antigas, presentes de amigos e relíquias consumidas por clientes animados. Quadros de frequentadores e times históricos do Athletico adornam o espaço com uma energia contagiante. Aliás, o Bar do Toninho tornou-se um ponto de encontro da torcida rubro-negra, onde os fãs se reúnem para aquecer antes dos jogos ou assistir às partidas. A fachada vermelha é um lembrete da paixão fervorosa pelo Furacão.

Com a venda do bar, encerra-se um ciclo, deixando para trás memórias e laços familiares construídos ao longo desses 40 anos de histórias compartilhadas entre amigos e clientes fiéis.

A transição do Bar do Toninho: Entre o legado e novos horizontes

Toninho enfrenta o período de transição após a venda do ponto em abril. Mesmo sendo agora um cliente regular, ele ainda está se adaptando à sua nova rotina, pois mora ao lado do bar e é frequentemente visto no local. A mudança de perspectiva ainda não se tornou totalmente familiar para ele.

“É difícil ficar em casa. Dou meus pitacos, mas não posso ser chato. Já teve situação que fui para lá dentro, arrumei posição de mesa, é meio que instantâneo. Eu estou contente com a mudança, acho que vai dar certo e torço que o pessoal da antiga seja paciente com o novo dono. A transição não é fácil, faz falta a conversa com os clientes no dia a dia, pois são irmãos da vida”, disse Toninho.

Durante a venda do bar, Toninho estabeleceu algumas peculiaridades que devem ser seguidas para preservar a essência do estabelecimento. Essas regras visam evitar a transformação em um ambiente gourmet e garantir a continuidade do legado do tradicional bar. Entre as restrições estão: não mudar o nome, não alterar os quadros decorativos e não remover as garrafas antigas. Além disso, Toninho fez questão de manter a presença de Dona Maria, uma vendedora local que foi afetada pela pandemia e recebeu apoio do proprietário anterior. Essas condições especiais foram estabelecidas mesmo diante de propostas de compra ao longo dos anos.

“Seu Antônio, meu xará é aposentado, é mais um investidor que comerciante. Ele vinha uma vez por semana para comprar salgados e toda vez ele perguntava se eu queria vender. Foram quatro anos assim, quando decidi parar, eu perguntei para ele se a proposta está em pé, e deu certo. Foi um namoro longo”, brincou Toninho.

Quando questionado sobre seus planos para o futuro, o vô Toninho revelou seu desejo de dedicar mais tempo à família. Seu objetivo é cuidar da saúde e se aproximar de sua filha, que reside em Campo Mourão, no interior do Paraná. Com netos para acompanhar, ele terá a oportunidade de passar mais tempo lá.

Enquanto isso, o Bar do Toninho encontrou novos proprietários: Antônio Carlos Bretas e Michel Moreira da Fonseca assumiram a responsabilidade. No dia a dia, Michel e sua esposa Jaqueline estão se adaptando ao desafio de atender os clientes que estavam acostumados com a abordagem do antigo dono.

Fonte: Tribuna Paraná

Foto: Átila Alberti/Tribuna do Paraná.