Universidade da ZS de SP monta “protesto” em plena sala de aula

Um projeto original, desenvolvido por um professor de jornalismo e publicidade e propaganda, junto a seus alunos de 1° ano de PP, transformou uma sala de aula numa verdadeira Avenida Paulista nos dias atuais, na noite desta quarta-feira, 6. Não, a turma não colocou diversos veículos na faculdade, mas sim muitos cartazes coloridos, fotos e imagens que retratam os protestos de uma nova São Paulo, que tem ao menos um dia de manifestação na semana.

Com frio, chuva e um trânsito digno da metrópole, a reportagem do Infodiretas chegou por volta das 19h10, no centro universitário Estácio Radial de São Paulo, Campus Jabaquara, no bairro da Saúde, zona Sul da capital. Logo na entrada, diversos cartazes espalhados, com as frases mais usadas no atos de junho davam o tom do trabalho desenvolvido nos últimos dois meses.

Intitulado de ‘Mil faces de um povo leal’, o “intuito é mostrar o que realmente aconteceu e vem acontecendo durante os protestos, além de mostrar as pessoas que foram aos atos, suas faces”, diz Victor Augusto, 21 anos, um dos alunos idealizadores do projeto. Entre os cartazes produzidos pelos alunos estão críticas quanto os gastos para a Copa do Mundo e a corrupção dos políticos e em relação à educação. DSCF0569“Quantas escolas valem um Maracanã”, “Queremos escolas padrão FIFA!” e “Queremos o fim da corrupção”. A violência policial, que é abordada em todos os atos que têm confrontos entre a Polícia Militar e os manifestantes também foi exposta nos cartazes. “A ditadura acabou, mas faltou avisar a polícia!” e “Se a bomba é de efeito moral joga ela no congresso nacional”. Além das frases de efeito, outras em tom mais de brincadeira também foram produzidas, como “Sexo é amor sacanagem é o que fazem com o povo”.

DSCF0577Duas amigas que visitavam a exposição na sala 203, olhavam atentamente os cartazes, muitos deles segurados por pequenos pedaços de madeira nas pontas, como os produzidos para os protestos. De acordo com Cleide, de 34 anos, o que acontece é maravilhoso. “Se toda a sociedade se unisse e fosse atrás dos seus direitos, o Brasil seria diferente, não conseguindo apenas baixar a passagem”. Para sua colega do curso de Pedagogia, Gabriela, de 21 anos, “independente de tudo o que aconteça, é uma justa causa para mostrar que o povo tem dignidade de correr atrás”. “Pessoas que bagunçam não vão ganhar nada com isso”, finaliza.

Perguntado sobre o que acha da atuação da mídia independente nas protestos, o Doutor em Ciências Políticas pela PUC e hoje professor na Estácio, Eduardo Viveiros, respondeu que, “a mídia independente é um contraponto muito importe sob a chamada grande mídia, pois apesar de termos 25 anos de democracia, ainda não chegamos a um denominador comum sobre o que é básico para o cidadão, sobretudo às fontes de informação. A mídia alternativa tem cumprido uma função que proporciona ao leitor ou ouvinte diversas analises sobre um mesmo fato, enriquecendo a formação da opinião pública”. Veja galeria de fotos.