URGENTE: Hino do RS irá mudar? Entenda

Diante de críticas da população do Rio Grande do Sul, os deputado estaduais do movimento negro gaúcho representam em projeto para mudar um trecho do hino do estado em que diz “Povo que não tem virtude / Acaba por ser escravo”.

Nesta terça-feira (4), a bancada negra da Assembleia Legislativa do RS se reuniu para discutir os trechos em audiência pública. Para eles, o trecho tem conotação racista, dizendo que a escravidão se deu devido à falta de virtude dos negros escravizados.

Por outro lado, os defensores do hino pretendem votar em uma proposta de emenda à Constituição (PEC) estadual, com o objetivo de dificultar a mudança no hino, brasão e bandeira do estado. A proposta contrária é do deputado Rodrigo Lorenzoni (PL), filho do ex-ministro de Jair Bolsonaro, Onyx Lorenzoni (PL).

Trecho do hino se torna polêmico

De acordo com o deputado Rodrigo Lorenzoni (PL) e contrário à mudança do trecho indicado no hino, a música deve ser mantida com a versão original, trazendo uma ideia de que os símbolos do estado devem ser “protegidos e imutáveis em sua integridade”.

“Queremos garantir que nossa tradição e nossa história sigam sendo motivo de orgulho, sigam sendo reverenciadas por todos nós e, assim, reconhecendo sua importância”, diz o deputado estadual.

Já para o deputado estadual Matheus Gomes (PSOL), um dos representantes da bancada negra, a proposta tem “viés autoritário”. 

“Não há projeto para alterar o hino do RS. Há o início de uma reflexão sobre o caráter racista de trechos do hino e de uma história oficial que nunca incluiu o devido lugar de negros no desenvolvimento econômico, cultural e político do nosso estado”, destaca o deputado Matheus Gomes.

Hino se trata de uma construção histórica

Apesar de o hino se tratar de uma construção histórica, ele pode mudar de acordo com a sociedade, é o que diz a historiadora do Arquivo Público do RS, Clarissa Sommer.

“É preciso admitir possíveis alterações como expressões legítimas de lutas sociais, muitas vezes travadas para desconstruir preconceitos, denunciar injustiças e afirmar novos paradigmas para a vida em sociedade”, afirma a historiadora.

Imagem: Reprodução / Estado do Rio Grande do Sul