Vereador gaúcho é indiciado por racismo

Após declarações no plenário da Câmara Municipal, o vereador de Caxias do Sul Sandro Fantinel será indiciado por crime de racismo. A informação foi confirmada pela Polícia Civil em uma coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (13).

O motivo do inquérito contra o vereador foi seu discurso a respeito dos trabalhadores baianos resgatados de trabalho análogo á escravidão. O veredito será dado pelo Ministério Público, e caso a denúncia avance, Fantinel pode receber pena de dois a cinco anos de prisão.

Vereador será indiciado por racismo após discurso no plenário da Câmara Municipal

Segundo o delegado responsável pela investigação, Rafael Keller, o discurso do vereador se enquadra em crime de racismo.  “Nós não temos dúvidas”, afirmou o policial. “É uma análise objetiva dos fatos. Analisamos as imagens, o que foi dito, e o fato se caracteriza como crime de racismo pelas falas que acabam discriminando pessoas em razão da procedência nacional, ou seja, do local em que são originárias”.

O discurso em questão ocorreu no dia 28 de fevereiro, quando Sandro Fantinel comentou sobre o recente caso de trabalho escravo nas vinícolas de Bento Gonçalves. O vereador disse que “a única cultura que os baianos têm é de viver praia tocando tambor”, e que as empresas deveriam parar de contratar “aquela gente lá de cima” e dar preferência aos argentinos, que seriam “limpos, trabalhadores, corretos”.

Em nota, a defesa de Sandro Fantinel afirma que o vereador se arrepende profundamente de sua fala. Confira o texto na íntegra:

“A defesa do Vereador Sandro Fantinel, composta pelos advogados Vinícius de Figueiredo e Rodrigo de Oliveira Vieira, tomou conhecimento, na tarde de hoje, do indiciamento feito pela Polícia Civil. Em seu depoimento, o Vereador demonstrou profundo arrependimento, admitindo que se excedeu na fala. O crime é considerado de médio potencial ofensivo e a defesa trabalhará incessantemente na mitigação dos efeitos do indiciamento, buscando, no caso concreto, a aplicação de medidas despenalizadoras, as quais são indicadas para essas situações.”