Especialistas alertam para risco de novos desastres no RS
Recentemente, uma séria ocorrência climática atingiu vários rios destacando-se o Pardo, Taquari, Caí, Antas, Sinos, Gravataí, além do Lago Guaíba e da Lagoa dos Patos. Estes aumentos de nível não só causaram preocupação no presente, como também apontam desafios para o futuro, devido às mudanças no comportamento climático e o consequente impacto na vazão destes corpos hídricos.
O hidrólogo Rodrigo Paiva, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), destaca que eventos de chuvas intensas desencadeiam importantes processos de erosão e deposição de sedimentos ao longo das bacias hidrográficas. As recentes inundações geraram uma abundância de material que não só afetou a topografia e qualidades da água destes rios, como também trouxe sérias questões sobre o futuro destes importantes recursos hídricos.
Qual o real impacto das inundações na região?
O fenômeno observado trouxe volumosos sedimentos até Porto Alegre, em especial para o Lago Guaíba, levando ao seu assoreamento. Este acúmulo de materiais depositados equivale a uma grande frota de caminhões descarregando diariamente.
As estimativas dos especialistas não são nada animadoras: projeta-se que a frequência e intensidade das cheias serão amplificadas, resultado do aquecimento global que afeta toda a Terra. De acordo com Rodrigo Paiva, um acréscimo no volume de chuvas, como as registradas, pode elevar o Rio Guaíba em até 70 centímetros, apresentando uma potencial ameaça à região.
Quais soluções podem minimizar o impacto das enchentes?
Uma das estratégias possíveis para combater o excesso de assoreamento nos corpos hídricos envolve a dragagem, que é a remoção desses sedimentos do fundo dos rios. No entanto, Rodrigo Paiva salienta que, antes de qualquer trabalho ser realizado é fundamental realizar um mapeamento detalhado, permitindo entender precisamente o impacto e a variação do assoreamento através do tempo.
A eficácia e custo da dragagem dependem de estudos aprofundados e também da simulação do comportamento dos rios após as intervenções propostas. Tal prática pode vir a ser uma parte essencial das táticas de gestão de futuras inundações, reforçando a ideia que a prevenção é a melhor ferramenta diante das mudanças climáticas.