Milhares de animais resgatados das enchentes no RS seguem aguardando adoção

No Rio Grande do Sul, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SEMA-RS) e diversas ONGs se uniram em uma iniciativa inédita: a colaboração com a Força Aérea Brasileira (FAB) para transportar animais para outros estados. Em junho de 2024, essa parceria começou a dar frutos, oferecendo novas oportunidades para cães e gatos inscritos em abrigos superlotados. Estes animais foram enviados para diversos cantos do país, aumentando as chances de uma adoção rápida e efetiva.

Mais de 8 mil animais resgatados esperam adoção

Pouco mais de três meses após o início das intensas chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul, a história da tragédia climática continua. No processo de recuperação, mais de 8.000 animais resgatados ainda aguardam adoção. Eles estão distribuídos em 287 abrigos e recebem cuidados de uma grande rede de voluntários, protetores independentes e ONGs, com o apoio do governo estadual.

Organizações envolvidas estimam que entre 12 e 15 mil animais foram resgatados, principalmente cães. Muitos deles viviam nas ruas, e outros faziam parte de famílias em situação de vulnerabilidade que sofreram grandes perdas. Um levantamento oficial da SEMA-RS, no final de julho, apontava que os abrigos ainda tinham mais de 7.200 cães e 1.000 gatos.

Animais ganham nova chance com ajuda da FAB

Em apenas um mês, mais de 400 animais voaram em direção ao recomeço em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Outros tantos viajaram longas distâncias de ônibus, e algumas ONGs se organizaram para buscar pequenos grupos de gatos de carro. Esses esforços têm rendido frutos, e muitos desses animais já foram recebidos por novos tutores em suas novas casas.

No final de junho de 2024, o governador Eduardo Leite anunciou um polêmico plano de incentivo financeiro de R$ 450 para famílias que adotassem um animal. No entanto, essa proposta foi duramente criticada. O receio era que a medida incentivasse adoções por necessidade financeira, podendo resultar em um aumento no abandono de animais nos meses subsequentes.

Em resposta, o Movimento de Defesa Animal, composto por organizações como GRAD, Ampara Animal, Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal, Instituto de Medicina Veterinária do Coletivo – IMVC, Instituto Voz Animal e Arca Animal, elaborou um documento com sugestões para um programa de adoção responsável. Essas sugestões incluíam a triagem dos candidatos, entrevistas e acompanhamento pós-adoção.

Como as ONGs estão ajudando na adoção responsável?

As ONGs envolvidas na parceria com a FAB e SEMA-RS têm desempenhado um papel crucial na promoção da adoção responsável. Para garantir que as adoções sejam bem-sucedidas e duradouras, diversas medidas estão sendo implementadas, como entrevistas detalhadas com os possíveis tutores e um acompanhamento rigoroso após a adoção. Esse processo é essencial para assegurar que os animais encontrem lares amorosos e estáveis.