Morte de líder de movimento social é investigada pela polícia de Porto Alegre
A coordenadora do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Débora Moraes de 30 anos, foi encontrada morta na tarde da última segunda-feira (12) na própria casa no bairro Agronomia na Zona Leste de Porto Alegre. Segundo a Polícia Civil, o crime é tratado como feminicídio possivelmente motivado por ciúmes.
A investigação aponta que o principal suspeito da morte de Débora é o companheiro dela, de 42 anos. O homem foi quem acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) alegando que a mulher havia cometido suicídio.
Após as primeiras diligências, a perícia apontou sinais de enforcamento no corpo da vítima, indicando que a mulher teria sido assassinada.
De acordo com Fernanda Campos Hablich, delegada adjunta na 1ª Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher de Porto Alegre (Deam), a perícia também apontou que a posição do corpo não indicava que Débora havia tirado a própria vida.
Em conversas com familiares e vizinhos do casal, os policiais confirmaram que a relação entre os dois era conturbada.
Ainda conforme a polícia, Débora havia solicitado medida protetiva em 2020, no entanto a ação teria perdido a vigência e não foi renovada.
Os agentes envolvidos na investigação acreditam que o ciúmes do homem que não estaria permitindo o término do relacionamento foi o principal fator que culminou na tragédia.
Movimento dos Atingidos por Barragens emite nota de pesar por morte de líder
O MAB emitiu na terça-feira (13) uma nota de pesar pelo falecimento de Débora Moraes, confira abaixo o texto na íntegra:
“Recebemos com indignação e tristeza a notícia da perda de mais uma companheira pela violência do patriarcado. Na tarde de ontem, foi assassinada Débora Moraes, integrante da coordenação do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) em Porto Alegre. Era uma mulher jovem, mãe, alegre e aguerrida, que se colocava na linha de frente da luta por justiça. Débora tinha acabado de conquistar o direito ao reassentamento e sequer pode vivenciar sua conquista. O marido de Débora foi detido na cena do crime e levado pela polícia. Ela deixa uma filha de 6 anos”.
