Peça com suástica pertencente ao Museu Alcir Philippsen era do partido nazista? Veja resultado da pesquisa

Um estudo realizado pelo professor do Programa de Pós-Graduação em História Edison Hüttner, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) apontou a origem de uma peça com suástica que compõe o acervo do Museu Alcir Philippsen.

Segundo o pesquisador, o tonel situado no município de Santos Cristo no noroeste do Rio Grande do Sul não tem origem nazista. O resultado foi obtido após estudo de mais de um mês em Porto Alegre.

Segundo o docente da PUC, o objeto não é originalmente nazista, mas pode ter sido utilizado pelos seguidores de Hitler. “O tonel não é nazista, mas poderia, sim, ter sido utilizado pelos nazistas. Era da empresa Shell Mex Argentina, que, no começo, usava o símbolo de uma suástica budista. Depois, quando viram que o Partido Nazista de Adolf Hitler começou a fomentar a guerra, tiraram a suástica e colocaram uma concha no lugar”, explica Edison. 

O tonel que possui 62 centímetros de altura e 32 de largura lembra um antigo tambor de leite. 

A pesquisa sobre o item foi pedida por Bruno Rafael Machado, diretor do Patrimônio Histórico, Artístico, Cultural e Turístico de Santo Cristo e foi motivada pela polêmica em torno da semelhança da suástica gravada na sua superfície com a utilizada pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial.

De acordo com Hüttner, a suástica gravada na superfície do tonel está virada para o lado esquerdo, ao contrário da nazista que aponta para o lado oposto com uma inclinação de 45 graus. 

Na forma em que está, sendo considerada como o símbolo budista, seu significado representa a “misericórdia infinita”. 

Ainda que a pesquisa tenha concluído que o tonel não foi fabricado por nazistas, o pesquisador não descarta a hipótese de que o objeto tenha sido utilizado na Segunda Guerra Mundial.

Um outro tonel com o símbolo faz parte do acervo do Museu Municipal Dr. José Olavo Machado, de Santo Ângelo, nas Missões.