BC: Copom Eleva Selic Para 13,75% Ao Ano, Maior Patamar Desde 2017

Uma decisão tomada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu, de forma unânime nessa quarta-feira (3), pela elevação da taxa básica de juros Selic. O aumento será de 0,5 ponto percentual para 13,75% ao ano, o maior registrado desde o mês de janeiro de 2017.

O ajuste acompanha o esperado pelo mercado financeiro e com o que foi indicado anteriormente pelo Banco Central na última reunião realizada no dia 15 de junho. 

Em nota publicada junto com o anúncio, o BC se pronunciou sobre o ajuste feito em relação aos riscos da inflação. “O Comitê pondera que a possibilidade de que medidas fiscais de estímulo à demanda se tornem permanentes acentua os riscos de alta para o cenário inflacionário. Por outro lado, nota que o aumento do risco de desaceleração da economia global também acentua os riscos de baixa. O Comitê avalia que a conjuntura ainda particularmente incerta e volátil requer serenidade na avaliação dos riscos.”, escreveu.

A alta decidida pelo Copom é a 12ª feita de forma consecutiva, sendo que os aumentos tiveram início em março de 2021, como uma tentativa de combater a inflação. O BC seguiu fazendo ajustes monetários para controlar a subida de preços. Até junho deste ano, o índice divulgado sobre a inflação no Brasil o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) tem alta de 11,89% no período de 12 meses. 

O Banco Central indicou que os ajustes continuarão sendo realizados, porém com menor impacto na próxima reunião. Para o banco, a previsão é de que não seja cumprida a meta da inflação prevista para 2022, cujo teto é de 5%, mas defende que serão evitados os estouros na meta de 2023, cujo teto é 4,75% e 2024, com teto de 4,5%. 

O Copom se pronunciou sobre a situação da economia do país citando a volatilidade e pressões inflacionárias, o cenário exterior e a incerteza fiscal no Brasil. Já o BC aponta um possível retorno no aumento dos preços e uma desaceleração da atividade econômica. O órgão cita, no entanto, que a inflação deve permanecer alta para o consumidor.