Linguagem neutra em Porto Alegre, principais dúvidas após lei sancionada por Melo
O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, sancionou na última quarta-feira (15) a lei que veta o uso de linguagem neutra em Porto Alegre na rede de escolas do município. A ideia do projeto é reforçar o uso da língua portuguesa conforme prescreve a norma padrão da gramática normativa. Conheça as principais dúvidas a respeito da linguagem neutra.
O que diz o projeto de lei sobre Linguagem Neutra
O projeto sancionado pelo prefeito de Porto Alegre proibirá o uso de linguagem neutra nas escolas e documentos oficiais do município de Porto Alegre. O uso de adaptações, como substituir o “a” e “o” por letras “e” e “x” ou símbolos “@” deverá ser evitado.
O que é linguagem neutra?
A discussão sobre a linguagem neutra na língua portuguesa já é antiga, mas nos últimos anos o tema tem tido destaque nas redes sociais.
A linguagem neutra é a substituição dos artigos masculino e feminino por um “x”, “e” ou “@”. Por exemplo, no caso de um amigo, na linguagem neutra o substantivo se transforma em amigue.
Além das trocas dos artigos, a linguagem neutra adota o pronome neutro “Elu” para se referir a pessoa que não se identifica nem com o gênero feminino e nem com o masculino, ou seja, é não binária.
A ideia da linguagem neutra pretende adaptar o português para tornar a comunicação mais inclusiva e menos sexista.
O que é a linguagem neutra nas escolas?
Há projetos em andamento para proibir o uso da linguagem neutra em documentos, apostilas e outros categorias de comunicação nas escolas. Entretanto, as escolas devem seguir as normas da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) que priorizam o ensino na norma culta da língua portuguesa.
Linguagem neutra argumentos contra
Muitas pessoas que são contra o uso da linguagem neutra acusam o uso dessa nova maneira de se comunicar como algo que irá destruir a língua portuguesa, que o uso do gênero neutro é difícil para pessoas cegas ou dislexias, ou que já existe gênero neutro na língua portuguesa.
Linguagem neutra argumentos a favor:
Entretanto, esses argumentos são equivocados se buscarmos entender melhor a língua como aquilo que ela é: sociável, histórica e, mutável. A língua que falamos hoje é resultado das transformações que ocorreram no passado. Do contrário, ainda falaríamos o português arcaico, por exemplo.
Além disso, nesses debates há mais a linha ideológica do que linguística para justificar a proibição da linguagem neutra.