Polícia identifica dois suspeitos por morte de ambulante no Metrô

A Polícia Civil identificou os dois acusados pelas agressões que resultaram na morte do vendedor ambulante Luiz Carlos Ruas, de 54 anos, na noite do último domingo (25) dentro da estação Pedro II, da linha 3-Vermelha do metrô.
Os acusados são: Alípio Rogério Belo dos Santos, de 26 anos, e Ricardo Nascimento Martins, de 20. Ambos seriam praticantes de artes marciais. Pelas imagens captadas pelas câmeras de segurança do Metrô dá para se notar que eles eram bem mais fortes do que Ruas.

A Polícia Civil trata como uma questão de tempo a prisão deles, que deve ser concluída nesta terça-feira, 26. As investigações e captura estão sendo concentradas pelo Departamento de Capturas e Delegacias Especializadas, chefiada pelo delegado Oswaldo Nico.

 

Ambulante é morto espancando dentro do Metrô

O vendedor ambulante negro Luiz Carlos Ruas, de 54 anos, foi assassinado a golpes de soco inglês e chutes na cabeça na noite do último domingo 25 de dezembro dentro da estação Pedro II, na região do Brás, no centro da capital. A suspeita é que os dois agressores sejam integrantes de grupos que pregam atos de intolerância contra negros, homossexuais e nordestinos, conhecidos como skinheads.
A suspeita sobre serem skinheads recai em virtude não só do tipo de armamento que usaram no crime, como de minutos antes eles terem tentado atacar uma travesti. Toda a ação foi captada por câmeras de segurança do Metrô, porém, nenhum agente de segurança estava no local desde a perseguição a travesti até a morte de Ruas.
Ruas, um conhecido vendedor de salgadinhos e refrigerantes da região, era chamado por clientes e colegadas de trabalho por Índio. De cabelos grisalhos, o homem de meia idade trabalhava na noite de Natal para complementar a renda familiar, mas teve o desprazer de topar a sua frente com dois homens que, segundo a polícia, estavam na rua premeditados a praticarem crimes.
Armados com soco inglês, os dois assassinos urinavam no entorno da estação, que fica localizada na região do terminal Parque Dom Pedro II, quando foram interpelados por uma travesti de que ali não era lugar de fazerem suas necessidades fisiológicas. Foi nesse momento que passaram a perseguir a travesti, que fugiu desesperada pela estação, inclusive passando por baixo da catraca. O pavor da mulher e o ódio da dupla pode ser vista por suas fisionomias captadas pelas câmeras de segurança. Um dos homens pula a catraca, enquanto o outro toma a mesma atitude da travesti.
A caçada foge do ângulo da imagem, que só mostra os homens de volta, já na caçada de sua mais nova vítima.
Nesse momento eles partem para cima de Ruas, que havia, de acordo com testemunhas, pedido calma aos seus algozes e reclamado da ameaça à mulher. Um primeiro soco é dado e o homem já cai quase que desfalecido. A covardia imputada a dignos acéfalos se intensifica com mais de dez pisões e chutes  todos direcionados na cabeça da vítima, clara intenção de matá-la, sem um mínimo de compaixão pela vida alheia.
As agressões intermináveis são assistidas por um grupo de homens e mulheres incrédulos, sem a menor reação, também, pudera, o medo de sofrerem a mesma agressão paira nos rostos.
Seguranças do metrô Nada, nem um. Os seguranças chegam quando os homens já cansaram de sangrar a vítima, que em nenhum momento de sua batalha pela vida deu sinais de reação. Procurado, o metrô afirmou que prestou atendimento a Ruas, inclusive, o levando até o Pronto-Socorro Vergueiro, na Aclimação, na zona sul, em sua viatura. Os agentes de segurança tão ladinos contra os vendedores ambulantes a mando do patrão, não foram capazes de socorrerem um ambulante em apuros e nem deterem seus assassinos.
Pelas imagens captadas e pela covardia dos supostos skinheads, a Polícia Civil trata o caso como honra. Além de ter acontecido no metrô, por onde transitam milhares de pessoas por dia, o crime causa comoção, pânico.
O caso foi registrado no 78 DP (Jardins) como homicídio qualificado, porém será repassado ao 5 DP (Liberdade).