Vacinação contra a poliomielite decepciona em Porto Alegre; Meta frustrada
A campanha de vacinação contra a poliomielite realizada em Porto Alegre atingiu 27% de sua meta inicial.
Segundo dados do LocalizaSUS divulgados nessa quarta-feira (21), 17.963 doses da vacina contra a poliomielite. Para garantir que a comunidade esteja protegida contra a doença, é preciso que 95% do público esteja vacinado. Em Porto Alegre a expectativa é de que 66.300 crianças com menos de cinco anos estejam vacinadas até o fim da campanha.
Percentagem de vacinados contra a poliomielite em Porto Alegre
- 1 ano – 26,78% (4.201 doses)
- 2 anos – 26,20% (4.415 doses)
- 3 anos – 27,49% (4.638 doses)
- 4 anos – 27,88% (4.709 doses)
É possível encontrar as doses da vacina contra a poliomielite em 123 unidades de saúde. A campanha seguirá sendo realizada até o dia 30 de setembro, em razão da baixa adesão ao imunizante.
Poliomielite no Brasil e no mundo
Os Estados Unidos registraram, em julho de 2022, um caso de pólio. Este foi o primeiro em quase uma década e o paciente não havia sido vacinado. Países como o Paquistão e o Afeganistão apresentam cenário epidemiológico em que a poliomielite é doença endêmica, ou seja, o vírus circula.
Com o constante tráfego aéreo, é essencial que as coberturas vacinais nos países sejam de ao menos 95% para garantir a proteção das populações. O Brasil não atinge esta meta desde 2015.
Porto Alegre também registra diminuição neste percentual durante o período. A situação deixa a cidade sob o risco de reintrodução do vírus, especialmente se levarmos em conta o tráfego internacional de pessoas em viagens pelo mundo.
Segundo o enfermeiro Augusto Crippa, do Núcleo de Imunizações da Secretaria Municipal de Saúde, é muito importante que as crianças da Capital sejam vacinadas. “Estamos em alto risco para reintrodução do vírus no país, e ele não circula no Brasil desde 1989”. Crippa também enfatiza a gravidade da doença. “A criança pode ir dormir com febre e, em casos graves, no dia seguinte, acordar sem movimentos nas pernas de forma permanente”, destaca.